terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Selecção e o Futuro


Estando há já vários anos a viver no estrangeiro, posso afirmar peremptoriamente que a Selecção de Portugal é das que mais simpatia colhe entre os adeptos de futebol.

Entre os vários amigos que tenho que, tal como eu, se interessam sobre tudo o que se passa no Desporto Rei, são vários os que conhecem todos os jogadores da nossa equipa, admirando as qualidades de jogadores como Ricardo Carvalho, Pepe, Fábio Coentrão, CR7, Nani, Raul Meireles.

E não é coisa para menos: Portugal, um país pequeno e pobre, ocupa neste momento a oitava posição do Ranking da FIFA onde em Março de 2010 estava em quarto; o "povo" é dos mais simpáticos e receptivos que alguma vez encontrei por essa Europa fora; temos o melhor jogador Europeu de futebol (e para muitos é melhor a nível Mundial); um clima de sonho; turismo de alta qualidade; restaurantes a perder de vista; as praias; etc...

Mas nem sempre foi assim.
Basta relembrar que em 1998, ou seja há pouco mais de 10 anos, Portugal ocupava a posição 43 do ranking da FIFA e a sua última participação numa grande prova internacional, tinha sido no Mundial de 1986, onde após uma vitória sobre a Inglaterra por 1-0, Portugal acabaria por ser eliminado na fase de grupos após derrotas por 1-0 e 3-1 contra Polónia e Marrocos respectivamente.

O ponto de viragem foi, sem dúvida, o Euro 2000.
Euro 2000 que começava da pior forma para Portugal.
A equipa das Quinas era orientada por Humberto Coelho e tinha tido o azar de calhar no grupo provavelmente mais difícil da competição: Inglaterra, Alemanha e Roménia (na qual ainda jogava o inesquecível Georghe Hagi) eram os nossos adversários.




O primeiro jogo era contra a Inglaterra de David Beckham que ao fim de 20 minutos já vencia 2-0. Mas esta selecção estava determinada a entrar na história pelas melhores razoes: um golo monumental do genial Luís Figo, abre caminho a uma vitória histórica por 3-2 que ainda viu excelentes golos de João Pinto e Nuno Gomes. Sem dúvida, uma geração de Ouro.
Também o jogo contra a Roménia foi algo dramático e Portugal viria a ganhar por 1-0 com um golo marcado por Costinha já nos descontos.
A confiança estava altíssima e a qualidade de todo o plantel acabaria por ser provada no último jogo: entrando com um 11 onde foram 9 (!) as alterações em relação ao jogo anterior, Portugal goleou a Alemanha por 3-0 com um hat-trick de Sérgio Conceição.
O Euro 2000, acabaria por terminar de forma trágica para Portugal após o jogo da meia-final, impróprio para cardíacos, contra a França de Zinedine Zidane, Trezeguet, Anelka e Thierry Henry.

Foi ou não foi penalty? Sendo objectivo, parece-me que sim.

A partir do Euro 2000, Portugal não mais voltou a falhar a qualificação para um Euro ou um Mundial tendo neste período alcançado um terceiro lugar, um segundo lugar e um quarto lugar.
É obra.

Numa altura em que tanto se fala na crise que futebol Português está prestes a enfrentar, são memórias destas que me dão esperança.
Portugal é um país cheio de talento futebolístico (a quantidade de treinadores e jogadores a vencer no estrangeiro provam-no) que, finalmente e felizmente, se vê neste momento forçado a investir mais no mercado e na formação nacional.

Vem isto ao caso, pois hoje sim, vou poder ver o jogo da nossa Selecção e apesar de estar a 2000km de distancia, vou-me sentar em frente ao computador e gritar como se estivesse no estádio da Luz. Pois hoje é o dia em que todos nos unimos por um objectivo comum: a vitória da nossa Selecção, a vitória do nosso País.

Força Portugal!!!!

6 comentários:

Leandro Gomes disse...

Até os comemos! Não consegui ir à Luz, como queria, mas vou estar como tu. Em casa, a vibrar com a NOSSA equipa. Hoje não vamos ouvir 'Messi', e que o verdadeiro REI, CR7, faça no final do jogo uma grande 'piça' aos bósnios!!!

Jubas Indiscreto disse...

Faço minhas as palavras do Eusébio.
Apesar da impossibilidade de estar na luz; - uma tristeza enorme, de resto - irei saltar na sala de aula, (na qual estarei particularmente atento, mas ao jogo!)

Vamos PORTUGAL!!! :)

InVicturioso disse...

Lembro-me de várias pessoas dizerem que o remate do Figo contra a Inglaterra foi desviado no defesa, ainda hoje revi o golo e nao consigo ver quando e onde é que a bola a desviada!!...

E afinal foi ou nao foi mao a falta do Abel Xavier?!
Lembro-me que na altura insultei o árbitro de todas as maneiras que sabia, mas agora revendo o lance...

Leandro Gomes disse...

Pah, também tenho essa dúvida! De longe parece claramente que o remate do Figo é desviado, ao perto já não. Mas não tenho certezas...

Abel Xavier deu mão. Ponto. E a forma como se atirou para o chão e fez aquela fita toda só piorou a situação para os tugas naquela altura. De qualquer maneira o árbitro e a mãe dele não deixaram de ser insultados :)

Strik3r disse...

Parabéns a todos pelo blog, antes do mais. :)

Golo do Figo: dá a sensação que a bola é "prensada" no defesa inglês aquando do remate... mas isso não retira em nada a beleza do golo. Quem não arrisca não petisca, e àquela distância só o do Nani ontem!

Lance do Abel Xavier: penalti, claro e evidente, sem margem para dúvidas. Custa perder assim, mas mais custou na meia-final do Mundial 2006 em que o penalti que deu o 1-0 final à França é em tudo idêntico ao que o Postiga tentou cavar ontem. Ou seja, normalmente os árbitros marcam, mas quem o provoca são os avançados, não os defesas.

Um abraço

Leandro Gomes disse...

Obrigado e volta sempre, grande Strik3r! :)

Abraço